top of page

VIDA E PALAVRA

por Daniel Moura


O encontro com a verdadeira liberdade

é resultado de um longo caminho que se inicia

e termina dentro do próprio caminhante.

E, ao final da jornada, ela aparece

como um prêmio, um presente,

um dom que nunca esteve escondido,

nunca esteve longe,

ao contrário, iluminada pelo desprendimento,

esteve sempre ao alcance das mãos

que aprenderam o segredo da partilha,

da doação, da solidariedade, da entrega...

Mas, para que haja esse desapego,

é necessária uma mudança de atitude:

andar mais leve, soltar as amarras, desprender os grilhões de tantos pesos físicos e emocionais

arrastados ao longo da vida.

Para conhecer a verdadeira sensação

de uma leveza que contagia, reverbera,

expande-se, cresce e se espalha,

é preciso ter pleno conhecimento de si,

encontrar-se consigo mesmo,

viajar em direção ao seu “eu profundo”

onde moram seus sonhos,

sua identidade, seus anseios

mais puros e genuínos.

A gente só é livre para voar em direção ao outro.

Não existe liberdade sem vôo,

pois a liberdade é o caminho do amor.

Só os livres amam,

só os livres são libertadores.

Libertos pelo Amor maior,

emprestam suas mãos, seu ser,

seu tempo, seus olhos

para serem instrumentos de vôo,

asas de luz,

trilhas de felicidade...

para os outros.

Daniel Moura


(27º Encontro da Feliz Idade)

“Onde houver sol, é prá lá que eu vou.” (Jota Quest)


Há um caminho ensolarado de graça,

de profunda alegria e paz,

que devemos trilhar sempre

sob a luz irradiante do perdão.

Aquele que perdoa é o primeiro a se beneficiar,

porque o perdão liberta quem perdoou.

Muitas vezes não percebemos que a falta de alegria

em nossa vida é falta de perdão.

Precisamos perdoar a nós mesmos, aos outros e à vida.

Quantas vezes não nos perdoamos por não sermos´

tão perfeitos quanto gostaríamos,

por termos falhas e defeitos?

Quantas vezes não perdoamos aos outros

por não atenderem às nossas expectativas,

por não serem tão bons, bonitos, inteligentes

e perfeitos como esperávamos?

Quantas vezes não perdoamos a vida por ela ser tão “injusta”

para conosco, dando-nos sempre menos do que merecemos?

E assim, vamos criando dentro de nós um sentimento de

insatisfação e revolta que nos tira o brilho

e a alegria de viver.

Caminhamos em uma estrada sombria,

cheia de pedras raivosas e ressentidas,

lamas escorregadias da ingratidão,

assaltantes sorrateiros de nossa felicidade.

Perdoar é ensolarar a vida novamente.

O perdão faz o milagre da regeneração,

da redenção, da ressurreição.

Faz ressuscitar em nós tudo aquilo

que foi morrendo aos poucos,

por inanição, por falta da luz que alimenta e dá a vida.

Perdoar é poder enxergar a graça, o dom, o belo.

Perdoar é seguir em direção ao sol da gratidão.

Neusa Massote


(26º Encontro da Feliz Idade)

"Onde está o teu tesouro, aí estará teu coração.” (Mt.6,21)


Podemos dizer que a felicidade está onde você coloca o seu coração,

onde você guarda o seu tesouro, como dizia Jesus.

Buscamos a felicidade em tantos lugares onde ela não está,

nem nunca esteve, que muitas vezes perdemos seu endereço.

E o que é pior, perdemos a nossa própria identidade,

não sabemos mais onde mora o nosso tesouro.

Para saber onde está nossa felicidade é necessário olhar para dentro,

mergulhar no mais profundo de nós mesmos, procurar pelo diamante

escondido nos recônditos de nosso ser e encontrar aquele brilho

que só nossos olhos são capazes de perceber.

Eles o percebem e o revelam aos outros.

Por isso se diz que as pessoas felizes têm brilho no olhar.

Irradiam, contagiam, reverberam...

Mas esse olhar para dentro é uma grande viagem,

talvez a maior que fazemos ao longo de nossas vidas.

Há pessoas que nunca chegam, desistem no caminho.

Outras, persistem na procura e têm a alegria do encontro,

do reencontro, do encanto.

É uma viagem difícil, que sai de nossa mente,

de nossa razão, de nosso pragmatismo

e vai em direção àquilo que realmente nos importa,

lá onde guardamos nossos sonhos, esperança e fé.

É quando um calor invade nosso peito

e sentimos aquela alegria indescritível dos apaixonados,

dos enamorados que têm a coragem de se entregar,

de se abandonar, de se render ao amor.

Amor que poderá ser por uma pessoa, por várias pessoas,

por uma causa, por inúmeras causas,

por insubordinados amores que teimam em nos trazer mais vida,

traem nossa timidez e nos revelam ao mundo como seres especiais.

Sua felicidade é aqui, é aí, é lá onde você guarda o seu tesouro.

Encontre-o e encontrará a felicidade!


Daniel Moura


(25º Encontro da Feliz Idade)


bottom of page