Quando secar o rio
dos meus olhos
sedentos de ti
e eu não pensar mais tanto
em teu olhos
tão longe de mim
e nem a dor gritar tão forte
em meu peito
e sem jeito ela estancar
e quando a saudade
acostumar meu coração
e nem canção existir mais
pra te cantar
e os teus pés
já não pisarem no deserto
do meu chão
e teu vento
no meu ventre
não ventar,
é porque a secura
desta ausência
me queimou
e o silêncio
da tua voz
já me calou.
Daniel Moura – dez/1979