Não!,
direi toas as vezes
que tentarem tirar de mim
esta estranha vontade de voar,
ser pássaro
(ou coisa parecida).
Nunca irá embora de mim
este lirismo encantado
pelo encanto das coisas simples
simplesmente nuas
imprevisivelmente belas
imprescindivelmente nobres
arrancadas da nobreza
do interior das gentes.
Consentirei sim!,
quando me falarem de sóis, de estrelas,
de trevas, até,
mas que tragam o cheiro,
o sabor,
o colorido do homem,
neste esplêndido mistério,
nesta metamorfose
que o faz filho de Deus.
Daniel Moura 12/12/1978