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VIDA E PALAVRA

por Daniel Moura



Viver é muito bom, mas não basta.

É preciso viver com intensidade,

absorver tudo o que a vida pode nos dar.

É preciso ser feliz, saborear cada dia,

sorver o suco da energia vital

soprada em nós pelo Criador.

Com encantamento, buscar a plenitude,

deixar que os olhos brilhem e iluminem,

contagiem, contaminem,

embelezem o ambiente à nossa volta.

Plenitude é viver como os ipês:

Recolhidos no outono de suas vidas

revestem-se de lindas flores ao final do inverno,

amarelo dourado que anuncia

a primavera multicolorida que vai chegar.

Semeiam esperança nos ventos, no azul,

no olhar de quem tem olhos para enxergar o belo.

Vida escondida que brota dos galhos secos

de muitos outonos e primaveras e verões e invernos...

Plenitude total, sem reservas, é abertura ao novo,

é sonhar sem limites e realizar o possível,

ter e dar prazer, enxergar e viver a vida

como um dom para si, para os outros, para Deus.

Plenitude, como um ipê, é espalhar esperança,

espantar a tristeza e explodir alegria.

Viver em plenitude a plenitude da Vida,

é a nossa proposta pra você, neste Encontro.

Daniel Moura


(17º Encontro da Feliz Idade)

  • Daniel Moura


Nossa vida segue o caminho das águas:

Nasce pequena, miúda,

cheia de promessas, carente de cuidados...

Entre corredeiras e correrias

recebe outras águas, pessoas que se cruzam,

influenciam e crescem como gente e torrente.

Há pessoas e águas que entendem

os limites dos barrancos, das margens

e correm fortalecidas no leito natural

e servem às populações ribeirinhas.

Matam a sede, geram energia, irrigam plantações

e trazem vida nos passos, no olhar,

nas mãos, nas cachoeiras.

Outras pessoas e águas não entendem os limites.

Sofrem e fazem sofrer,

devastam plantações e vidas,

inundam, estragam, rompem

e acabam solitárias nos brejos da existência

sem chegar a lugar algum.

Mas há pessoas e águas especiais:

Caem chuva e embrenham-se nos vãos da mãe terra

e recebem o calor, o amor, a essência do ser.

Voltam à superfície do dia-a-dia

quentes, acolhedoras, terapêuticas,

solidárias, alegres, cheias de vida.

Neste encontro da feliz idade,

queremos aprender

a mergulhar bem fundo no calor da vida,

para nascer repletos de felicidade

e encontrar o caminho que nos irmana

com todas as águas

e nos leva à imensidão do Mar...

Neusa Massote


(16º Encontro da Feliz Idade)

  • Daniel Moura


Viver é colecionar emoções,

saborear cada instante

como se cada instante fosse único,

inigualável, inimaginável,

encantado e último.

Ah, o encantamento!

Viver de maneira a se encantar com tudo,

a se entusiasmar com tudo e com todos,

deixar a emoção fluir, virar alegria,

ou tristeza, quem sabe,

mas deixar que o vento leve o coração a voar

nas asas de uma canção, um olhar,

um encontro, uma poesia,

uma saudade, um entardecer,

um renovado amanhecer.

Renascer das cinzas

no milagre da vida intensa e branda,

aconchegante e forte,

na emoção que alcança o mais íntimo,

o mais escondido, o mais reservado de nós mesmos.

Deixar que a vida pulse a Vida

e seja encantado o dia,

e seja ensolarada a noite

com o sol que arde, queima, brilha,

arrebata e salta aos olhos,

e ilumina a sala, o outro,

o quarto, a rua, os outros,

e aquece o coração com a esperança de viver o dom,

a magia, a alegria de estar vivo

e poder celebrar a emoção de mais um Encontro.


Daniel Moura


(15º Encontro da Feliz Idade)

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