Depois de perambular
por todos os caminhos
em desavenças comigo
e morrer várias vezes
em fugas de mim mesmo
e tua palavra não viver,
encontro-me aqui,
Deus-menino,
no teu presépio,
com saudades de quando corrias,
descalço e amigo,
nos campos de minha alma,
a brincar comigo,
cultivando meu jardim
e alimentando os meus sonhos.
Rias...
E o teu riso ecoava nos meus olhos
e os meus olhos riam para a vida.
Um dia,
neguei-me a brincar contigo
e tu deixaste de habitar em mim.
Fiquei vazio e só...
E hoje
encontro-me aqui,
Deus-menino,
a pedir-te que voltes,
a pedir-te que faças de mim,
neste Natal,
manjedoura pra teu ser criança.
Daniel Moura