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  • Daniel Moura

LIVRE PARA SER FELIZ

“O homem está condenado a ser livre.” (Sartre)


Tão procurada por países e povos ao longo da história,

tão desejada por prisioneiros do corpo e da alma,

a liberdade talvez seja o que motivou a maioria das guerras

já produzidas pela humanidade e as maiores conquistas

que o homem já realizou na face da terra.

Quantos sacrifícios já foram feitos em nome dela

e quantas prisões construídas para preservá-la...

E ela continua fugidia, escorregadia e leve

como uma pluma ao vento.

Buscada do lado de fora, quando estava dentro.

À espera de uma metáfora, não de um lamento.

Todos os grandes líderes da nossa história

fizeram dela sua bandeira,

mas nem todos souberam cantar o seu hino.

Porque a liberdade é muito mais

do que arrebentar as grades da prisão,

receber carta de alforria, fugir do opressor.

A verdadeira liberdade nasce na alma e se reflete na vida,

para a qual o corpo é apenas o andor.

Liberdade rima com perdão.

Como ser livre se a memória está presa ao passado,

se o coração está aprisionado em mágoa e ressentimento?

Como ser livre se o hoje estiver encarcerado

na expectativa de realizações futuras?

Liberdade é para ser degustada no presente,

como um doce gostoso de saborear, uma fonte real de energia.

Liberdade rima com desapego.

O pior inimigo de minha liberdade sou eu mesmo,

escravo de minhas lembranças e frustrações,

desejos vazios de coisas corruptíveis pelo mofo dos tempos, gastas pela espera de um amanhã que não chega.

É preciso soltar as amarras que nos prendem no chão da tristeza, do egoísmo e da solidão,

para voar no céu da convivência fraterna,

da comunhão e da participação

na vida de milhares de seres embriagados de luz.

Liberdade mesmo, aquela que liberta para a felicidade,

é arrancar as correntes do medo que nos paralisa

e nos impede de amar...

Daniel Moura


(22º Encontro da Feliz Idade)

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