“O homem está condenado a ser livre.” (Sartre)
Tão procurada por países e povos ao longo da história,
tão desejada por prisioneiros do corpo e da alma,
a liberdade talvez seja o que motivou a maioria das guerras
já produzidas pela humanidade e as maiores conquistas
que o homem já realizou na face da terra.
Quantos sacrifícios já foram feitos em nome dela
e quantas prisões construídas para preservá-la...
E ela continua fugidia, escorregadia e leve
como uma pluma ao vento.
Buscada do lado de fora, quando estava dentro.
À espera de uma metáfora, não de um lamento.
Todos os grandes líderes da nossa história
fizeram dela sua bandeira,
mas nem todos souberam cantar o seu hino.
Porque a liberdade é muito mais
do que arrebentar as grades da prisão,
receber carta de alforria, fugir do opressor.
A verdadeira liberdade nasce na alma e se reflete na vida,
para a qual o corpo é apenas o andor.
Liberdade rima com perdão.
Como ser livre se a memória está presa ao passado,
se o coração está aprisionado em mágoa e ressentimento?
Como ser livre se o hoje estiver encarcerado
na expectativa de realizações futuras?
Liberdade é para ser degustada no presente,
como um doce gostoso de saborear, uma fonte real de energia.
Liberdade rima com desapego.
O pior inimigo de minha liberdade sou eu mesmo,
escravo de minhas lembranças e frustrações,
desejos vazios de coisas corruptíveis pelo mofo dos tempos, gastas pela espera de um amanhã que não chega.
É preciso soltar as amarras que nos prendem no chão da tristeza, do egoísmo e da solidão,
para voar no céu da convivência fraterna,
da comunhão e da participação
na vida de milhares de seres embriagados de luz.
Liberdade mesmo, aquela que liberta para a felicidade,
é arrancar as correntes do medo que nos paralisa
e nos impede de amar...
Daniel Moura
(22º Encontro da Feliz Idade)