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  • Daniel Moura

MAS SE TU ME CATIVAS...

“...minha vida será como que cheia de sol”.



Penso que Saint-Exupéry jamais poderia imaginar o alcance que seu livro, O Pequeno Príncipe, teria entre os adultos. A profundidade dos diálogos, principalmente entre o príncipe e a raposa, inspiraram amores, encontros e reencontros. Coloriram de poesia relacionamentos esquecidos, aproximaram amigos, reaproximaram irmãos, reacenderam casais que já não se olhavam nos olhos. Quantos pedidos de perdão eles permitiram e quantos perdões doados e recebidos... Talvez, por ser recheado de declarações de amor, tenha “cativado” tantas pessoas e sido o livro mais presenteado em décadas.


Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”

Ver com o coração é a única forma de ter empatia, que é a qualidade de se colocar no lugar do outro – condição indispensável para cativar e ser cativado. É preciso cativar, encantar, conquistar, tornar-se único para o outro, com a delicadeza e a simplicidade de um coração que vê, sente, percebe. Mas é importante também deixar-se cativar, confiar, entregar-se, lançar-se no universo desconhecido do amor e da amizade que nasce em um coração que enxerga o essencial na pessoa amada.


Se tu vens às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz.”

Está aí o segredo da felicidade de deixar-se cativar: a espera cheia de esperança. Esperança que implica ritos, preparativos, arrumar a casa, o quarto, o corpo, o sorriso... só pra receber o ser amado. Ter a alegria de enfeitar tudo, colorir tudo, apanhar rosas – que são únicas – para quem é único também.


A mãe que prepara a comida gostosa para os filhos que voltam, o marido que traz um presente para a esposa em um dia comum, os namorados que fazem da lua mensageira de amor, os amigos que confiam e se completam sem precisar de palavras, o vinho com sabor de comunhão, o olhar iluminado pela fé...


Tudo isto faz a gente mais feliz!


Realmente, é preciso despertar em nós a criança adormecida há anos pela poeira do tempo, e voltar a nos encantar com as pequenas coisas do dia-a-dia, e reconhecer, como o principezinho, que a rosa mais linda é aquela que amamos, porque é única, cuidada e cativada aos poucos. E talvez esteja bem guardada no fundo de nosso coração sonhador...


Daniel Moura


(39º Encontro da Feliz Idade)

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