- Daniel Moura
LAÇOS E ABRAÇOS

Todos concordam que uma das sensações mais gostosas da vida é quando estamos entregues
em um abraço.
A energia que nasce ali é combustível para longas e difíceis caminhadas, desejos de vida
plena e sonhos de felicidade. E quando o abraço é enfeitado por laços afetivos,
desaparecem o eu e o tu - nasce um nós. Nós libertos em laços. Laços são nós que não
seguram, desatam, não escravizam, desamarram, deixam o amor acontecer.
Estamos carentes de abraços que despertem nossos desejos mais profundos e acordem a esperança adormecida em frios dias de solidão. Abraços que transformam, curam, elevam a
auto-estima. Quando nos abraçamos, nossos corações ficam próximos, batem uníssonos,
compartilham, comungam. São abraços físicos com efeito curador.
Outros abraços também salvam e libertam. Abraços dedicados e voluntários: laços solidários. Abraços comprometidos com a transformação da realidade, com a libertação do outro, com a
dignidade de quem já não possui voz e vez. Abraços de braços abnegados e corações livres.
E há o abraço primordial, modelo de todos os abraços: aquele que nos damos a nós mesmos
no primeiro encontro de amor genuíno, ao reconhecermos em nós fraquezas e limitações,
forças e inspirações - nossa humanidade.
Ao nos abraçarmos, entramos em contato com a identidade de cada ser humano refletida
no espelho de nossos olhos, gestos e emoções. Laços profundos que nos ligam à vida.
Uma alegria imensa toma conta de todo o nosso ser: Somos vocacionados ao abraço!
Você já se abraçou hoje?
Daniel Moura
(38º Encontro da Feliz Idade)