Muitas vezes os olhos miram longe
à procura de um abrigo,
um refúgio, um refrigério.
A esperança torna-se a arma mais poderosa
contra tantos desencantos
e desencontros do ontem e do hoje.
O passado ainda incomoda.
Lembranças perdidas de perdidos momentos...
O presente às vezes bate forte,
mais forte que o coração machucado.
E a gente até se esquece dos dias felizes,
das noites de prazer,
do prazer de dias e noites inteiras.
A lembrança cai apenas na falha,
no defeito, no escuro, no triste.
Fica só o olhar perdido no horizonte dos dias,
com medo de mirar o agora
- único presente que os céus derramam sobre nós.
E a gente até se esquece que o sol está brilhando
tanto fora quanto dentro da gente.
A gente se esquece que a vontade de ser feliz
já é o combustível necessário da felicidade
e que o olhar que mira o longe
tem condições de enxergar,
com coragem e ternura,
as maravilhas do momento presente,
e descobrir, com a alegria de um beija-flor
ao encontrar o primeiro pólen da manhã,
que a vida merece ser vivida
com intensidade e encantamento!
Daniel Moura
(13º Encontro da Feliz Idade)